serviço social
Educação a distância e globalização: desafios e tendências
O velho não morreu e o novo não pode nascer
(A. GRAMSCI)
Oreste Preti
R. bras. Est. pedag., Brasília, v.79, n.191, p.19-30, jan./abr. 1998
Palavras-Chave: educação a distância, globalização, função da educação, comunicação de massa.
N
estas duas últimas décadas observamos, em todos os continentes, uma expansão da modalidade de Educação a
Distância. Países têm investido na criação de universidades dedicadas unicamente a atuarem nesta modalidade: a Open University na
Inglaterra, Austrália e Índia, a
FernUniversität na Alemanha, a Uned na Espanha e Costa Rica, a
Universidade Aberta em Portugal, a
Télé-Université no Canadá, a UNA na
Venezuela, a Unidad Universitária del
Sur de Santafé de Bogotá, etc. A maioria delas atendendo a mais de
100 mil estudantes e oferecendo cursos os mais variados.
19
Apresentação
Hoje, sobretudo a partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), fala-se muito em educação a distância. O que vem a ser isto? É possível trabalhar esta adjetivação quando o substantivo ainda está ausente para uma parcela significativa de nossa sociedade?
Ou ela ajudaria a tornar mais substantiva a educação para esta população excluída?
Como anda a educação em nosso país e em nosso Estado?1 E, dentro desta realidade educacional, como se situaria a EAD?
Quais são suas possibilidades, tendências e desafios?
É uma problemática complexa que suscita diversas questões, mas que tem como referência as transformações nos sistemas de conhecimento, na vida política, social e econômica neste final de milênio. Só daremos conta de compreender a teia de relações postas e que dão unidade e direção a estes sistemas se analisarmos as transformações já produzidas e em processo, do ponto de vista global e não desconhecendo as especificidades da sociedade nacional.
Vamos, pois, nos deter um pouco sobre este processo de