Serviço social

A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE POBREZA E
TEMAS AFINS NO BRASIL: uma análise teórica1

Bernadete de Lourdes Figueirêdo de Almeida 2
A título de introdução desta análise, cita-se a afirmação de Reis (2000) de que embora a Pobreza se constitua numa temática tradicional das Ciências Sociais, no Brasil, são ainda os economistas mais preocupados com esta questão do que os cientistas políticos, cientistas sociais, educadores, assistentes sociais, psicólogos, dentre outras formas do saber.
No argumento desta autora, trata-se de uma questão preocupante, considerando-se não somente os aspectos éticos que são postos como a necessidade de elaborações teóricas das ciências para melhor explicar e polemizar alternativas de erradicação da Pobreza.
Pode-se afirmar que Reis não analisa esta questão de forma correta, mas também não está de todo incorreta vez que, primeiramente, a Pobreza sempre foi definida à luz da economia que ainda são, sem dúvida, as análises prevalentes sobre as demais; e segundo, a legitimidade oficial do discurso competente

1

Artigo elaborado para a Atividade Programada desenvolvida sobre “Metodologias de Avaliação (Mensuração) da
Pobreza” no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no período de 11 de Março a 1º de Abril de 2003.
2
Professora Adjunta do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba; pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. [e-mail]

Artigo publicado em: http://www.cchla.ufpb.br/sepacops

economicista no país – o chamado “economês” -

em face do modelo econômico

dominante defendido e amplamente implantado pela tecnocracia brasileira.
Por outro lado, constata-se que em decorrência do atual agravamento da Pobreza nos países periféricos e a (re) emersão desta questão nos países centrais abunda nas Ciências Sociais uma