serviço social no Brasil

A COMPREENSÃO DA PESSOA HUMANA N GENESE DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: UMA INFLÊNCIA NEOTOMISTA
Olenga de Souza Guedes

A concepção de homem e o projeto societário idealizado pelos primeiros assistentes sociais

Os primeiros assistentes sociais tinham a concepção de homem que se situavam no horizonte metafísico. Eles entendiam que o homem, como pessoa humana, era portador de “valor soberano a qualquer outro valor temporal”. Os assistentes sociais vinculavam o exercício profissional a princípios não submetidos ao movimento histórico. Sugeriam que a formação profissional do assistente social fosse orientada pela doutrina católica que era, segundo Telles, constituída por princípios verdadeiros, porque imutáveis.
Ao referir-se, sobretudo, à exploração dos operários, as doutrinas explicitavam uma concepção de homem de inspiração neotomista. Sendo assim, os primeiros assistentes sociais explicitavam uma filiação neotomista. Entendiam que o homem apresentava-se à nossa razão como composto de “corpo e alma”. Já Jacques Maritain, considera o homem como pessoa humana, dotado de corpo e alma e entende que a sociedade é uma instância da qual este homem não pode prescindir em sua existência corpórea. A sociedade, além de garantir a sobrevivência do homem, permite-lhe atender à solicitude da alma. Sendo assim, os assistentes sociais idealizavam um projeto societário que contemplasse as duas dimensões do homem: o corpo e a alma.
Contestando o liberalismo e o comunismo, o Serviço Social, segundo Telles, devia se apoiar em uma terceira via: uma doutrina que represente um meio termo entre o individualismo (doutrina liberal) e o coletivismo (perspectiva socialista), cujo parâmetro seja o exercício vital inerente à pessoa humana: o aperfeiçoamento com vistas ao fim supratemporal. Nesta terceira via, o modelo societário refere-se à harmonia entre as classes sociais organizadas sobre o ideário do bem comum postulado pela filosofia neotomista. Sendo que, os primeiros assistentes