Sereia

As águas da Sereia não é lugar para Homens que desconhecem o Medo e o Amor

Creio que o que mais define quem sou é a Fênix. Ressurgida do fogo da minha alma e encontrada nas águas de um amor. Vivia entre as águas do mar e voltava para a solidão da terra. O fogo não mais aquecia minha vida e nem meu coração, não acreditava em coisa alguma ou alguma coisa. Não temia nem à noite e nem os mitos que um dia foi-me pronunciado. O mar era meu refúgio, pois sua imensidão não preenchia minha vida vazia. Dele colhia os anos de trabalho, marcas da vida e histórias que eram esquecidas por mim. E na terra sentia-me a quem de tudo e de todos que a viviam. Numa angústia desvairada entreguei-me um dia ao mar, queria fazer parte dele já que não podia voar para o Céu e o chão da terra já não me sustentavam. Em um dia da minha vida, não escolhido e nem premeditado, fui de encontro ao Mar, esse foi o dia que renasci ou ressurgir, depende do ponto de vista de cada um. Entreguei-me de corpo e sem alma, pois ainda não a conhecia ao fundo do mar e nesse dia tive o grande encontro com aquele ser o qual um dia foi-me pronunciado e minha descrença não fazia lembrar e nem temer: a Sereia. Ela chegou com olhar suave, infinito, corpo vestido por longos cabelos e sua imensa cauda de peixe. Eu sabia que aquele ser não humano e nem peixe que de repente surgiu ao meu encontro em nada representava para minha vida, e isso meu olhar, silêncio mostrava todo esse sentimento de vazio, talvez até de desprezo. Seu olhar então passou do infinito para uma grande fúria, suas caudas agitavam as ondas do mar, seus cabelos descobriram seus seios. O silêncio dela, de onde viria a mais bela música cantada foi muito mais tenebroso. Naquele momento ela deixou claro que minha vida nem para ela era interessante ser tomada. Nesse instante não quis mais sentir o Mundo e o infinito da água aguardava meu sacrifício. Quando assim me lancei ao fundo senti algo furioso tomando meu corpo de uma forma estranha, forte e ao