Serei importante para alguém? Relações de afecto nos LIJ e o papel dos cuidadores na saúde mental de adolescentes institucionalizadas

2645 palavras 11 páginas
Serei importante para alguém? Relações de afecto nos LIJ e o papel dos cuidadores na saúde mental de adolescentes institucionalizadas
AUTORAS: Etã Sobal Costa1; Anabela Albuquerque2; Ana Paula Vieira3; Ângela Fernandes2; Filipa
Ferreira3; Joana Carvalho2; Joana Santos3
(Equipa Técnica do Internato Viseense de Santa Teresinha)
1

Directora Técnica (etasobal@gmail.com); 2Técnica de Serviço Social; 3Psicóloga

RESUMO: Um Lar de Infância e Juventude (LIJ) é uma resposta social para crianças e jovens em perigo que, por diferentes razões, necessitaram de ser retiradas do seu ambiente familiar para que tenham acautelados os seus direitos fundamentais. O Internato Viseense de Santa Teresinha (IVST) é um LIJ que acolhe crianças e jovens do sexo feminino do distrito de Viseu. É preocupação da
Instituição oferecer um ambiente próximo do familiar e, por isso, está organizada em pequenos grupos familiares, com idades heterogéneas, existindo um único adulto como encarregado de educação. No entanto, a instituição fica sempre aquém de qualquer ambiente familiar e, de acordo com investigações, as crianças e jovens institucionalizadas tendem a sentir-se diferentes dos pares e a desenvolver padrões comportamentais problemáticos. Neste sentido, pretendeu-se saber o que pensam as adolescentes que residem no IVST acerca das suas vivências e se estas vivências as tornam, de algum modo, diferentes das adolescentes não institucionalizadas. Para tal, uma entrevista estruturada composta por quatro questões foi realizada individualmente a 19 adolescentes do IVST, com idades compreendidas entre os 13 e os 19 anos (M=15,26; dp=2,18). Das inquiridas, 12 (63,15%) afirmaram não ter problemas em dizer que vivem num Lar. Apesar das 19 jovens (100%) terem sido unânimes em declarar que têm muitas vantagens em viver em instituição, nove (47,36%) disseram que se sentem diferentes das demais adolescentes, apontando como principal factor desta diferença, a ausência da
família.

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