Senso ético e a liberdade

Os homens, apesar de dotados de uma liberdade natural, adquirem ao longo de sua experiência existencial uma liberdade não natural. Essa liberdade não natural está fundamentada na criação de leis. As leis trazem aos homens uma nova igualdade, pois todos passam a estar submetidos às mesmas normas e regras e apresentam os mesmos deveres e direitos, podendo assim, conviverem em uma sociedade com uma liberdade que não foi adquirida naturalmente, mas sim por meio da validade e da obediência às leis. Tais experiências adquiridas pelos homens estão tangenciadas a um exercício de indagação acerca da ética, costumes, educação, moral. Esses questionamentos permitem a formação de um senso ético que eleva o homem de um estado de direito limitado, a uma evolução que torna melhor suas condições de vida. O senso ético desenvolvido permite que os homens possam conviver harmoniosamente em sociedade, com respeito à liberdade e aos direitos dos demais indivíduos.
Contudo, é preciso analisar esse desenvolvimento de liberdades não naturais com a distorção da virtuosidade do homem enquanto cidadão sujeito às mais diversas influências externas como, por exemplo, a corrupção em um sistema democrático. A natureza humana é maleável e moldada pelo meio no qual ele está inserido. O fato que desvirtua o indivíduo é associado as imputações propostas pela sociedade, pela situação econômica, social, visão política. A conduta da sociedade é guiada, principalmente, por determinados valores éticos e morais. Tais valores foram construídos ao longo da história, estão em constante transformação e pode-se dizer ainda que existe um certo consenso acerca desses valores. Entretanto, a virtuosidade humana é constantemente distorcida por outros juízos de valor que não são considerados socialmente morais e éticos. Essa questão está muito presente na sociedade e está diretamente relacionada ao paralelo ética e direito. Como caminho para o reestabelecimento da virtuosidade humana, as civilizações atuais têm