senhor

4844 palavras 20 páginas
Breves anotações pontuais sobre A câmara clara
Rodrigo Fontanari
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Resumo
Este trabalho debruça-se sobre o pensamento de um dos mais importantes semiólogos franceses do século XX, Roland Barthes. Está consagrado a abordar a teoria barthesiana para a fotografia. Visa à apresentação e ao estudo crítico dessa inusitada teoria da representação fotográfica, mais especificamente aos hoje clássicos conceitos de studium e de punctum. O objetivo principal é o de fornecer subsídios para um entendimento do livro ‘A Câmara Clara’, buscando fundamentar a ideia corrente de que também estamos diante de um romance poético da fotografia.

Antes de analisar as reflexões barthesianas sobre a fotografia, introduziremos um trabalho de escavamento arqueológico de seu livro, a começar pelo próprio título: A câmara clara: nota sobre a fotografia.
O título joga com certo paradoxo, pois enquanto vários autores denominam o aparelho fotográfico de: caixa preta (Vilém Flusser) e uma caixinha de noite (Michel
Tournier), Barthes fala de câmara clara. Ao escolher esse título, o autor rememorava o ancestral do que atualmente entendemos por “câmera escura”, que originou o aparelho fotográfico – poderia até certo ponto ser lido com uma homenagem a esse tipo rudimentar de imagem.
Nesse momento, seria pertinente aprofundar a história das origens da fotografia, sobretudo da câmera clara ou câmara lúcida. Pouco se fala delas em público, talvez por tratar-se de um processo muito simples e rudimentar de representação, mas que parece ter interessado muito a Roland Barthes. Em seu livro O fotográfico, Philippe Dubois informa que a câmera clara foi inventada em 1807 por William Hyde Wollaston. O invento de Wollaston não deixa de funcionar como a câmera escura, segundo a mesma lógica indiciária, ou seja, é um processo ótico que obtém a imagem por cópia direta – a imagem tem uma certa contigüidade com seu referente (índice). O princípio de

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