Seminarista

O SEMINARISTA Eugênio disse a Margarida que iria viajar para Congonhas onde estudaria para padre, Margarida lhe pediu que fosse ela a primeira pessoa que ele iria confessar. Eugênio jurou que assim seria e pediu sua presença na primeira missa dele. Sua suposta vocação para padre foi percebida pelos seus pais que vendo ele aos doze anos ensinar Margarida as primeiras letras e sua índole calma e pacata disseram não poder desprezar tão bela vocação clerical. Com muita tristeza, Eugênio despediu-se dos seus familiares e de seu amor infantil, Margarida, e chorando seguiu para o seminário. No seminário ficava isolado, abatido, tudo o fazia lembrar a liberdade do campo e Margarida, mas no geral, Eugênio era um exemplo de boa conduta e aplicação. O tempo passou, no seminário o exemplar Eugênio teve um momento difícil; foi encontrado entre seus pertences versos onde ele se declarava a sua amada Margarida, os mestres viram nisso um escândalo. O diretor o chamou a sua sala e disse que o iria expulsar, Eugenio implorou que ele não fizesse isso, o diretor voltou atrás, mas como castigo Eugênio ficaria uma semana em jejum e ao fim desse período se confessaria. Eugênio foi obrigado a esquecer sua amada, usou todos os métodos que pôde, ocupou todo seu tempo, dedicou-se com demasia a essa tarefa, o que o fez emagrecer, modificar seu caráter e andar como um fantasma pelo seminário. Já tendo 16 anos, os últimos quatro passados no seminário, O SEMINARISTA foi visitar a família, teve festa para recebê-lo, mas por chegar tarde, Margarida e sua mãe só o foram visitar na manhã seguinte. Quando se deparou com Margarida, Eugênio corou e empalideceu ao mesmo tempo, não conseguiu falar direito, estava completamente constrangido. Passado o dia da visita, Eugênio foi à casa de Margarida, logo se entenderam e saíram a passeio, mas quando Margarida tocava na palavra padre ele estremecia, a palavra que ele gostava, agora