Semana da agua - degradação
A água doce, apesar de sua importância, é mal utilizada. O mau uso caracteriza-se tanto pelo uso excessivo, ou seja, o abuso ou desperdício (que reduz a quantidade disponível), quanto pelo uso inadequado, ou inescrupuloso, que leva à degradação do recurso (o que reduz sua qualidade).
O uso excessivo pode acarretar a diminuição do volume, ou o esgotamento, dos aqüíferos subterrâneos, e mesmo dos estoques de água existentes na superfície, em lagos e rios. A questão da água subterrânea é crucial, pois grande parte da população mundial depende dessa fonte para seu abastecimento. No Brasil, por exemplo, 49% dos municípios são abastecidos total ou parcialmente com água de poços profundos ou rasos, segundo dados do Atlas do meio ambiente do Brasil (1966), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além da ameaça a seus estoques, os aqüíferos também têm sido contaminados por diversos poluentes, de origem industrial, agrícola e doméstica.
Deve ser lembrado que os estoques naturais de água não são distribuídos de modo eqüitativo no globo terrestre. Assim, o uso excessivo de água tende a ser mais problemático em locais naturalmente mais secos. No entanto, mesmo em áreas onde a água é abundante, a degradação de rios, lagos e depósitos subterrâneos é uma forma potencial de redução de sua disponibilidade. São inúmeros os impactos de origem humana que degradam a água e modificam sua qualidade, com efeitos tanto diretos quanto indiretos sobre os corpos d’água. Entre os efeitos diretos destaca-se a introdução nos ambientes aquáticos de substâncias estranhas que, além de tornarem a água imprópria para utilização pelo homem, afetam negativamente a flora e fauna aquáticas. Um exemplo desse problema está em estudo (da autora) que compara a fauna de invertebrados que habitam o fundo das represas de Paraibuna e Pirapora, ambas no estado de São Paulo. Na primeira, pouco afetada pela ação humana, essa fauna é mais rica, contendo