secularização

Secularização e outras categorias na sociologia de Peter Berger
Pensar qual é o papel da religião ou seu lugar na realidade contemporânea tem sido um desafio que alimenta pesquisas nas mais diversas disciplinas. A sociologia não se furta a esta empreitada. Muito pelo contrário, tem dado contribuições preciosas no entendimento do cenário religioso contemporâneo. A importância da pesquisa sociológica sobre religião não se restringe a fornecer conhecimento sobre o fenômeno religioso, mas leva à compreensão do contexto social. Isso ocorre porque a religião se constituiu como um dos pilares fundamentais para a formação e manutenção do social. Mesmo em uma sociedade secularizada é possível afirmar como Carl Schmitt que “todos os conceitos concisos da teoria do Estado moderno são conceitos teológicos secularizados” (2006, p.35).
Peter Berger se lançou ao desafio de compreender a relação entre sociedade e religião. No livro O dossel sagrado ele apresenta os pontos mais palpitantes dessa relação. Seu livro é dividido em duas partes. Na primeira Berger aponta os elementos básicos para a compreensão do social e o estudo da religião como forma de instituição social. No segundo momento trata de analisar os elementos históricos que levam ao entendimento do desenvolvimento religioso, descrevendo aquilo que é provavelmente seu sintoma mais agudo que é o processo de secularização.
Este texto pretende uma breve análise do desenvolvimento da religião tal como percebe Berger e consequentemente seu entendimento sobre o processo de secularização sem, contudo deixar de fazer referência aos “elementos sistemáticos” da compreensão do social, como é apresentado no livro O dossel sagrado. O primeiro passo é compreender como se dá a relação entre o indivíduo e a sociedade. Berger começa o livro afirmando que “toda a sociedade é um empreendimento de construção do mundo” (1985, p. 15). Isso já dá conta de que a formação social é artificialmente posta no mundo pelo indivíduo ou pelo conjunto