saúde mental

Depoimento de uma mulher que sofre com problemas mentais e do companheiro, que é quem cuida dela quando está em crise, usaremos nomes fictícios “Maria e João”.
Maria
Tudo começou quando eu tinha mais ou menos onze anos, eu ia eixar uma água no cercado para meu irmão, foi quando passei embaixo de uma cerca e comecei a escutar como se fosse barulho de aviões passando por min, então não me lembro de nada, meu pai conta que comecei a me jogar em cima da cerca, e quando ele viu, correu e tentou me segurar, mas eu estava bem mais forte, e com a ajuda do meu irmão conseguiu. Quando me controlei eles me levaram para um médico em Limoeiro, que disse que isso poderia ser problema por não me alimentar, mas meu pai disse que naquele dia eu comi normal, ele então passou uns comprimidos bem pequenos, não me lembro do nome, eu sentia muito sono quando tomava, e dormia muito, com seis meses parei e então senti tudo de novo, dessa vez mais forte, foi então que meu pai me levou para um curandeiro, e depois dele rezar, melhorei, mas desde então tenho crises constantes, cerca de três à quatro vezes ao ano. E vejo espíritos constantemente nas paredes, e não frequento cemitérios e velórios, por recomendação do curandeiro, escuto os espíritos pedirem vingança, mas não sei contra quem, minha vontade quando estou entrando em crise é só de correr, mas não sei pra onde. Quando vai acontecer, sinto meus pés ficarem gelados e corpo adormecido e então não consigo mas lembrar de nada.
João
Quando ela entra em crise, ela muda logo a voz, fica grossa e as vezes não da pra entender nada, ela pede cachaça e eu digo que não tem, pede café, então eu esfrio para poder dar, pois se eu der quente ela toma, ela se morde inteira se joga na parede, quer correr, se eu não segurar ela se machuca toda, e pra segurar tem que ter no mínimo três homens fortes, ela as vezes também fica como morta. Ela fica falando coisas sem sentido que segundo ela vaia acontecer. Sempre que isso acontece eu a levo para um