Santo inquerito

ARGUMENTO “O SANTO INQUÉRITO”, de Dias Gomes
O Santo Inquérito, de Dias Gomes
Conta a história da jovem Branca, condenada pelo tribunal do “santo inquérito”. Sua maior heresia era crer que Deus está na Vida, na Natureza, no prazer, na Luz. Tendo sido assassinada, queimada viva, numa fogueira. Ela morava no interior da Paraíba, estado do nordeste brasileiro, na época de 1750. Vivia num sítio, no Engenho Velho – que era afastado da cidade – junto com seu pai, Simão Dias, a mãe era falecida. Moça alfabetizada, lia poesias, a bíblia, assim como, escritos filosóficos. Era noiva de Augusto Coutinho, jovem que estudou na Europa, cristão, de boa família.
Certa vez, Branca salvou (através da respiração boca-a-boca) um padre jesuíta de morrer afogado. Sua canoa havia virado no rio. Ela jogou-se na água e conseguiu resgatar padre Bernardo. Foi aí que sua vida começou a transformar-se numa verdadeira desgraça. Após o salvamento, durante a conversa, ela revela ao padre que não tem nenhum confessor e que não vai à missa todos os domingos. “(…) custo a ir à cidade.” (BRANCA) Porém, nem por isso, deixa de crer em deus, de rezar, enfim. Mas o padre achou meio suspeitas certas afirmações da jovem. Ela poderia estar sendo corrompida pelo demônio. Bernardo sentiu-se na obrigação de salvar Branca da heresia. Passou, então, a procurá-la para sondar e doutrinar a moça. E ela, ingênuamente, conta pensamentos e ações, que para a mentalidade extremamente preconceituosa e supersticiosa da dominação e da opressão da igreja católica, sobre a sociedade eram considerados revolucionários e subversivos. Assim, passíveis de punições das mais severas. Simão Dias e Augusto Coutinho estranham a conduta do padre, sempre fazendo perguntas. “(…) em nome de um Deus-amor, pregam-se o ódio e a violência. Os rosários são usados para encobrir toda a sorte de interesses que não são os de Deus, nem da religião.”(AUGUSTO C.) Padre Bernardo fez um levantamento sobre a família e a vida de Branca. Estava