Santo Agostinho

5517 palavras 23 páginas
Introdução. A moral A moral é a ciência que deve regrar os costumes: definir a moral é demonstrar-lhe a indispensável necessidade. É inconteste o reconhecimento dos homens à necessidade da moral. Mas se se trata de descer ao fato, nem todos se põem de acordo de que ponto a moral deveria tirar sua regra e sanção. Não obstante, se nos dispomos à reflexão, não é difícil reconhecer que a moral – conjunto de leis que se impõe a toda humanidade – nada mais é que a expressão da vontade Daquele que criou os homens e outorgou-lhes as leis de conduta e os meios por que podem alcançar seu fim.

Donde vem que, sem Deus, não há moral digna desse nome. Ainda assim, homens existem que excogitam inventar uma moral sem Deus; eles a tomaram da natureza, dizem. Ponhamos a mão na massa. A natureza é boa, pois que saíra das mãos de Deus, e a moral conforme a natureza nada mais é que a moral conforme a Deus. Todos os verdadeiros filósofos reconhecem que a expressão mais límpida da lei natural está no Decálogo. Assim, a verdadeira voz da verdadeira natureza não pode ser senão a voz de Deus, ao exarar os Dez Mandamentos. A inteligência da natureza leva diretamente a Deus, seu autor. Contudo, há homens que não querem a Deus, o Decálogo, e ainda assim querem a moral. Onde eles a encontrarão? E, supondo que a encontrem, como a imbuirão da autoridade e da sanção, duas coisas sem as quais não se poderia ter moral? A natureza que recusa a Deus é a natureza decaída: e é nela, natureza decaída, que certos homens de nosso tempo querem fundamentar a moral. É a moral do interesse, ou do prazer, ou da vaidade: em suma, é o que a revelação designa sob o nome dea tripla concupiscência; esta, sendo a fórmula das inclinações da natureza decaída, constitui-se para alguns a regra de dever, a lei moral. Isso é pura e simplesmente a inversão de toda a moral. Já há muito que nós, cristãos, conhecemos a moral da natureza. Estigmatizara-a o apóstolo São Paulo com estas palavras enérgicas:

Relacionados

  • Santo agostinho
    5719 palavras | 23 páginas
  • santo agostinho
    2751 palavras | 12 páginas
  • Santo Agostinho
    422 palavras | 2 páginas
  • Santo agostinho
    1207 palavras | 5 páginas
  • Santo Agostinho
    1349 palavras | 6 páginas
  • Santo Agostinho
    959 palavras | 4 páginas
  • Santo agostinho
    7295 palavras | 30 páginas
  • Santo agostinho
    612 palavras | 3 páginas
  • Santo Agostinho
    480 palavras | 2 páginas
  • Santo agostinho
    617 palavras | 3 páginas