saknsks

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Até o ano revolucionário de 1848, a França foi sem dúvida o centro do socialismo e do pensamento socialista. O único grande pensador socialista anterior a Marx não francês foi Robert Owen. Babeuf, Saint-Simon, Fourier, Enfantin, Leroux, Cabet, Blanqui, Louis Blanc, Buchez e Proudhon, todos eram franceses. Também o era Lamennais. Frente a estes nomes, com a única exceção de Robert Owen, até o início da década de 1840, só podemos colocar os economistas anticapitalistas da Grã-Bretanha: Hall, Thompson, Hodgskin, Gray e J. F. Bray, o owenista cristão John Minter Morgan, e na Alemanha, ou mais além dela, porque esteve ali por pouco tempo, Wilhelm Weitling.

Nenhuma destas exceções invalida a conclusão geral. Paris, até 1848, foi o lugar aonde todo tipo de teorias de organização social anarquista, socialista ou comunista foi lançado, largamente discutido e submetido ao exame dos teóricos rivais, não só por rincões e por pequenos grupos de maníacos e “advogados sofistas”, senão coram populo, nos periódicos mais influentes, em clubes e sociedades que possuíam muitos partidários, em folhetos, cartazes e panfletos, nos cafés e nas ruas, em geral por todas as partes. Isto foi assim, porque a França, e em especial Paris, havia sido teatro da grande revolução de 1789, e havia sofrido na continuação uma mudança profunda, tanto nas instituições sociais como nas políticas.

Também na Alemanha havia ocorrido, no século XVIII, um grande debate sobre o homem e seu lugar no mundo da natureza: entre os sucessores de Leibniz e entre os contemporâneos e sucessores de Kant. Porém havia uma diferença. Na França sob o antigo regime, a discussão adquiriu um sentido político e social. Na Alemanha permaneceu no plano da alta especulação, e ocupou-se muito mais do processo do conhecimento do que das bases da ação.
Isto se deve em grande parte a que, de 1789 em diante, a França urbana havia se dado conta da presença em seu seio de forças poderosas e novas, capazes de uma ação explosiva.

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