Rousseau

977 palavras 4 páginas
NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In: WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da Política. Editora Ática, p. 187 – 241.

Dentre os filósofos do chamado século das luzes, que preconizavam a difusão do saber como meio mais eficaz para se pôr fim a superstição, à ignorância, ao império da opinião e do preconceito, e que acreditavam estar dando uma contribuição enorme para o progresso do espírito humano, Rousseau, certamente ocupa um lugar não muito cômodo. Rousseau não compartilha com seus contemporâneos o ideal da difusão das luzes do saber, pode-se dizer que, ao invocar o ideal do sábio, sua exigência é ainda maior do que deles, porque acompanhada de uma forte conotação moral. A ciência que se pratica muito mais pelo orgulho, pela busca da glória e da reputação do que por um verdadeiro amor ou saber, não passa de uma caricatura da ciência e sua difusão por divulgadores e compiladores, autores de segunda categoria, só pode contribuir para piorar muito mais as coisas. Desse modo, conforme Rousseau nos diz no Prefácio de Narciso, não há nenhuma incompatibilidade em fazer a crítica radical das ciências e das artes e, ao mesmo tempo, escreve peças de teatro e livros sobre a moral política. É nesse quadro que o autor se coloca, destonando bastante de seus contemporâneos, mas ao mesmo tempo, marcando de maneira precisa o sentido mesmo de sua atividade como escritor. Rousseau será sempre avesso aos salões e às cortes, à margem dos grandes nomes de seu século, mas nem por isso afastado das polemicas e chegou até a contribuir, a convite de Diderot, para grande Enciclopédia, com artigos sobre música e economia política. Os temas mais candentes da filosofia política clássica, tais como a passagem do estado de natureza ao estado civil, o contrato social, a liberdade civil, o exercício da soberania, a distinção entre o governo e o soberano, o problema da escravidão, o surgimento da propriedade, serão tratados por Rousseau de maneira

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