Ron Mueck por Alexandre Sá

1449 palavras 6 páginas
Ron Mueck por Alexandre Sá

16/04 a 27/10 de 2013 – Fondation Cartier pour l’art contemporain – Paris – França.

16/11/2013 a 23/02/2014 – Fundación Proa – Buenos Aires – Argentina.

19/03 a 01/06/2014 – Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro – Brasil.

Recentemente conversando com uma curadora francesa “super-contemporânea” comentei animadamente, e obviamente de propósito, que estava interessado em escrever um texto sobre a exposição irretocavelmente bem montada de Ron Mueck que vi na Fundação Cartier em um verão tórrido, após uma tempestade absurda e depois de ter esperado alguns longos e bons minutos na fila, composta de gays, punks, donas de casa, senhorinhas, artistas, pseudo-artistas e todo o tipo de gente de verdade.
A resposta veio rápida:
“ - Não gosto muito. “
E eu de maneira descompromissada, como se olhasse para a paisagem disse:
“ – É... muita gente também não. Mas... Por qual razão você não gosta? “
E ela, num golpe rápido, como se igualmente olhasse uma outra paisagem muito própria, respondeu:
“ – Acho simples. Sem muitas questões. “
Embora tenha sido honesta e direta, como poucas pessoas pelas terras brasilianas costumam ser, sua reação facial de desinteresse e de um certo cansaço não era nada distante das feições das esculturas de Mueck e se aproximava muitíssimo daquela que a grande maioria dos outros especialistas com os quais resolvi comentar, faziam. Achei a semelhança no mínimo, curiosa.

Como ultimamente decidi fazer aquilo que me dá prazer, implicando inclusive em proferir eventuais sinceridades obtusas que eventualmente provocam um ris(c)o afiado, continuei a minha empreitada: tinha um texto para escrever sobre um escultor espetacular que gera uma atitude blasé por parte de alguns tantos especialistas em arte contemporânea por não conseguirem encontrar uma infinidade de camadas conceituais. E que, em contra-fluxo, provoca uma enorme felicidade no público que ao ver tal trabalho, sente-se abrigado, querido, feliz e

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