Rolezinho
Nos últimos dois meses um fenômeno vem ocorrendo (no) Brasil. Denominado "rolezinho"(,) trata-se de grupos de centenas de jovens adolescentes que se vestem de forma parecida, entram em shoppings centers ouvindo funk e passeando e(,) que assim(,) acabam chamando a atenção de todos nos centros comerciais por não ser um comportamento comum aos que vão aos shoppings. Essa atitude teve início na cidade de São Paulo e(,) através de redes sociais(,) acabou se estendendo a outras cidades do país.
O debate que vem sendo levantado é que, esses jovens, advindos das zonas periféricas das cidades e em sua maioria negros, despertam medo e insegurança entre os lojistas e clientes que frequentam os centros comerciais. Isso por causa de um (pré) conceito - que já atravessou séculos e está arraigado em nossa sociedade - de marginalização daqueles que não estão incluídos na pequena "elite" financeira, hoje frequentadora de shoppings centers.
Então cabe realmente a essa "elite" decidir quem frequenta ambientes públicos e quem não deve frequentar? Se assim fosse, shoppings não estariam abertos a todos e iríamos regredir, voltando a um dos primeiros modelos de sociedade existente, onde negros e pessoas de baixa renda não frequentavam lugares onde os "ricos" estariam.
Não precisamos assumir um lado. O que deve ser repensado é o por que da criação de templos de consumo elitizados, onde habitantes da periferia não são vistos com bons olhos. E que sociedade é essa em que vivemos, onde a classe trabalhadora é discriminada em detrimento da classe alta.