Roland barthes

8026 palavras 33 páginas
1 Aula - Roland Barthes

Roland Barthes, em seu livro Aula - produto de sua aula inaugural no Collége de France, pronunciada no dia 07 de janeiro de 1977 - afirma que a linguagem é o objeto em que se inscreve o poder. Todavia, a luta contra o estereótipo e seu reino é a tática mais segura para evitar que o discurso se enraíze nas tentações do autoritarismo. Todo o discurso, desde os proferidos pela escola, ou pelo Estado, na forma de suas várias instituições, até mesmo o que constitui as opiniões correntes, ou mesmo uma canção, encarrega-se de repetir a linguagem até o momento em que os sentidos das palavras nos pareçam naturais, como se a linguagem existisse antes mesmo do surgimento das sociedades e de suas construções de poder. É a palavra repetida, fora de qualquer encantamento ou magia, que Barthes chama de estereótipo: Os signos só existem na medida em que são reconhecidos. O signo é um seguidor gregário; em cada signo dorme esse monstro: o estereótipo (p. 15). A aula, a meu ver, é a demonstração da tentativa de subversão do discurso. É um convite ao jogo. Que jogo? Ora da caça, ora da fuga do estereótipo, ora das trapaças do narrador.
O semiólogo francês, ironicamente, inicia seu discurso, fazendo certas inferências em relação a como o Collége de France, o recebe sendo ele um sujeito incerto, pois na produção de seus trabalhos, a escritura rivaliza com a análise. Assim, questiona sua acolhida na ordem das instituições que é uma das últimas astúcias da história. O questionamento é em relação à honra, uma vez que essa é, subtração, parte intocada dentro do lugar onde ele trabalhará; e m relação às alegrias, tanto de reencontrar a lembrança ou a presença de autores que ensinaram e/ou ensinam nessa instituição, como de entrar em um lugar que pode ser dito rigorosamente: fora do poder.
Percebe-se que há uma certa ironia sobre onde se instaura o poder e, já que, a partir desse discurso, ele será professor nessa instituição, o seu dever não é sujeitar-se a um

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