Revolta dos malês

Rebelião escrava no Brasil: A história do levante dos malês em 1835

A revolta dos malês foi uma revolta de negros (escravos e libertos) ocorrida em Salvador em 22 de janeiro de 1835. Revolta que deixou a sociedade baiana em polvorosa, repercutindo por todo o império, que mobilizou um grande contingente de negros (cerca de 600 pessoas, número elevado comparado a população local) e que foi duramente reprimida pelos poderes governamentais. Para o melhor entendimento do que foi essa revolta é necessário ter uma compressão do próprio contexto politico no Brasil naquele período e da própria estrutura econômica-social da Bahia na primeira metade do século XIX. O Brasil conseguiu sua emancipação politica em 1822, Portugal reconhece essa independência em 1825 mediante 600 mil libras esterlinas, grave crise econômica e conflitos internos leva D. Pedro I abdicar em favor de filho em 1831, com o Governo regencial a disputa politica nos bastidores da nação continua entre os partidos liberais e conservador, nessa ambiente turbulento surge toda as condições para eclosão de movimentos contestatório: A Revolução farroupilha em 1835 no Rio Grande do Sul, Cabanagem no Pará em 1835, Sabinada na Bahia em 1837, Balaiada no Maranhão em 1838, e Revolução Praieira em Pernambuco em 1848. A economia baiana tinha como seu produto de maior visibilidade a cana de açúcar e o fumo, tendo a região do Recôncavo como a principal produtora desses produtos. O modelo escravocrata de Salvador era um modelo predominantemente diferente do que ocorria no recôncavo, prevalecendo o modelo de escravos de ganho que era uma forma de escravidão em que os escravos exerciam as mais variadas atividades urbanas (barbeiros, sapateiros, vendedores, carregadores de cadeira de arruar etc.) e pagavam para seus senhores uma determinada quantia, podendo ficar com o excedente. Esta forma de escravidão evidentemente vai permitir uma maior liberdade dos escravos (pois ficavam a maior parte do tempo nas ruas)