Depressão e trabalho: ruptura de laço social As depressões são classificadas como transtornos de humor com base na Classificação Internacional das Doenças – CID 10 (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1992). Tais transtornos são definidos como síndromes, consistindo em conjuntos de sinais e sintomas mantidos em período de semanas a meses que diferem marcantemente do funcionamento habitual da pessoa e tendem à recorrência de modo periódico ou cíclico. A despeito de todas as classificações, os principais sintomas da depressão continuam sendo: a tristeza sem motivo aparente, o desânimo, o desinteresse pela vida e pelo trabalho, a irritabilidade, a inapetência e a insônia. O sentimento de vazio, de falta de sentido na vida de esgotamento caracterizam os casos mais graves, chegando a tentativas de suicídio. Outro aspecto importante da depressão é o silêncio, a dificuldade de falar que o deprimido apresenta. Segundo Dejours (2010), no passado, os suicídios ligados ao trabalhos ocorriam entre os agricultores, assalariados e pequenos proprietários cuja a atividade tinha sido destruída pela concorrência das grandes explorações. Esses casos não deixaram de ocorrer, mais a onda de suicídios na indústria se sobrepõe a esses. Para Dejours, o que mudou nas empresas foi a organização do trabalho, especialmente a introdução de novos métodos de avaliação individual do desempenho e de técnicas ligadas à “qualidade total”: “o que mudou é que as solidariedades desapareceram” (DEJOURS, 2010). O autor também chama atenção para o fato de que as pessoas que mais estão sofrendo a violência da nova organização do trabalho e que, quando são injustamente acusadas ou pressionadas por, por exemplo, não serem coniventes com a atitude errada contra o código do trabalho, passam então a sofrer humilhações. Os métodos de dominação atual da organização do trabalho para a qualidade total tendem a destruir o mundo social e aponta para o absurdo de, hoje em dia, o envolvimento demasiado com o trabalho