Rev Inglesa
Boemia Literária e Revolução
Robert Darnton é membro de uma família com tradição no jornalismo, mas ainda que tenha trabalhado para o The New York Times entre os anos de 1964 e 1965, escolheu a História. Formou-se em Harvard (EUA) na década de 1960 e doutorou na universidade inglesa de Oxford. Historiador cultural e social, especialista na França do século XVIII, tem o olhar voltado para o iluminismo, a Revolução Francesa e o mundo literário, é pioneiro em estudos acerca da história do livro. Lecionou no departamento de História da Universidade de Princeton e hoje é diretor da Biblioteca da Universidade de Harvard, a segunda maior do mundo, nos Estados Unidos da América[1], é responsável por um projeto de digitalização do acervo da biblioteca e fundador do sistema Gutemberg, ferramenta de difusão de obras literárias pela internet[2].
Autor de diversos artigos e obras de importância na historiografia contemporânea, tais como: O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa (1984), Revolução na impressão: a imprensa em França 1775-1800, editado com Daniel Roche (1989), O beijo de Lamourette: reflexões sobre a História Cultural (1989), Edição e Sedição (1991), Os best-sellers perdidos da França pré-revolucionária (1995), entre outros, tem como uma de suas características o estabelecimentos de diálogos entre a História e as Ciências Sociais, sobretudo a antropologia, com certa influência de Lawrence Stone, embora defenda que quantificações, modelos e conclusões duras, típicas de algumas ciências sociais são incompatíveis com a história, por ser essa uma ciência interpretativa[3].
Sua produção pertence ao período (o qual vivemos) de revisão historiográfica. Segundo Laura de Mello e Souza[4], as universidades têm suscitado debates entre os historiadores, submetendo clássicos da historiografia a análises críticas e releituras, incentivando produções com crescente rigor teórico e metodológico e, que tenham como ponto de partida o