RETRATO DE UMA MEMORIA

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO - LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
EAD – ESTÁCIO CAMPUS VIRTUAL

LUCINÉA FERNANDES DE ASSIS DUARTE
2001001263481 - 9130

PROJETO INTEGRADOR

RETRATO DE UMA MEMÓRIA

Juiz de Fora,
Junho de 2010
MEMORIAL DE FORMAÇÃO

Gostaria desde já de manifestar minha recusa a certo tipo de crítica científica que insinua faltar rigor no modo como discuto os problemas e na linguagem demasiado afetiva que uso. A paixão com que conheço, falo ou escrevo não diminuem o compromisso com que denuncio e anuncio. Sou uma inteireza e não uma dicotomia. Não tenho parte esquemática, meticulosa, racionalista e outra desarticulada, imprecisa, querendo simplesmente bem ao mundo. Conheço com meu corpo todo, sentimentos, paixão. Razão também. (FREIRE, 2001, p. 18) Ano de 1977 começa a minha primeira trajetória escolar, entrei em uma escola pública, na primeira série do ensino fundamental, me lembro como se fosse hoje, Escola Municipal Carlos Augusto de Assis. Muito tímida, acanhada, parecia um bichinho do mato., de tanta vergonha. Não pude aproveitar muito, pois a timidez tomou conta de mim, tinha medo de perguntar e ser perguntada em sala de aula, não gostava de sofrer os olhares de desprezo de minhas colegas. Hoje eu sei, era a discriminação de classe que estava me anulando. Foi uma época muito difícil, pois minha família pertencia uma classe média baixa, não tinha recursos suficientes para poder suprir as necessidades básicas, para que eu pudesse ter um bom aprendizado. “Eu fiz a escola primária exatamente no período mais duro da fome. Não da “fome” intensa, mas de uma fome suficiente para atrapalhar o aprendizado.” (FREIRE, Paulo, apud BRANDÃO, C. R., 2001, p. 29 – grifo nosso). Naquela mesma época passavam o país por uma crise muito difícil, éramos governados por um governo autoritário, fase