Resumo O que é Natureza

O texto de Marcos de Carvalho empreende uma ideia da natureza encadeada com o desenvolvimento histórico humano. Se é verdade que a natureza e seu desenvolvimento inanimado ou orgânico possuem uma “história própria”, que existe e possui “lógica própria” muito antes do surgimento humano, ou dos primeiros hominídeos – a datação aproximada da “história natural” do mundo está na casa dos 5 bilhões de anos, enquanto o surgimento da espécie humana data de curtos 100 mil anos aproximadamente, esta história só pôde ser pensada, datada, precisada e pensada com o surgimento do homem e seu desenvolvimento histórico próprio.
Assim sendo, não haveria história da natureza desligada da história humana. Apenas o desenvolvimento das ciências é que possibilitaram uma relação histórica do homem com a natureza, uma unidade na diversidade – a história humana é “estranha” à história “natural” e ao mesmo tempo parte determinante desta.
Das comunidades primitivas à vida contemporânea, a compreensão da natureza e de sua “história” mudou junto às necessidades e às transformações da história humana. A compreensão da natureza seria, portanto, não um todo orgânico e homogêneo, uma compreensão total para qualquer época – uma pretensa história acabada e definitiva da natureza, mas fruto do momento histórico humano concreto. E mais, fruto dos interesses e perspectivas do olhar de determinado grupo ou classe social nessa época histórica concreta.
Neste percurso de mudança de compreensão e relação com a natureza, haveria uma ruptura no tempo com o desenvolvimento histórico humano. Se para o homem tribal, primitivo, havia uma relação “orgânica” entre homem e natureza, um caráter de unicidade, onde o homem depreende da natureza e é parte e tem à sua imagem todos os fenômenos naturais, ou seja, tem sua história geracional ligada à história da natureza, ligada ao mito e à sua “apropriação” particular da natureza – ligada diretamente às necessidades daquele grupo social em sua totalidade, por outro lado