Resumo a mulher que era o General da Casa

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Quando se lê sobre a resistência civil a regimes ditatoriais no século 20, é impressionante como uma figura se destaca: a do indivíduo religioso, bastante assíduo em sua congregação, que, muitas vezes contra a orientação da própria hierarquia desta congregação, resolve se posicionar contra um governo autoritário.
Não é, óbvio, que inexistam exemplos de religiosos solidários a ditadores, de Franco a Castro. Não é que inexistam ateus se erguendo mesmo contra totalitarismos oficialmente ateus. É que na longa noite que foi a maior parte do século passado, as paixões ideológicas foram de tal magnitude que, uma vez embebido certo ideário, para o sujeito sair disparando contra qualquerautoritarismo, e não apenas contra os alvos preferenciais de sua linha partidária, era muito difícil. Em um contexto como esse, ser uma pessoa religiosa permitiu a uma infinidade de homens e mulheres manter calibrado o termômetro instintivo que reconhece o mal de onde quer que venha, sob qualquer disfarce ideológico. É como se as religiões clássicas, com muitos séculos mais de existência que as religiões políticas, tivessem conseguido, por tentativa e erro que fosse, preparar melhor seus adeptos para identificarem com mais nitidez que os religiosos políticos a desumanidade consumada ou em potencial.
Por exemplo, é impossível não notar que os dois únicos brasileiros homenageados pelo Museu do Holocausto de Jerusalém com o título de Justo Entre as Nações, por ajudarem a livrar judeus do nazifascismo, ao mesmo tempo em que colocavam suas carreiras e talvez vidas em perigo, são sujeitos profundamente católicos – o embaixador na França Luiz Martins de Souza Dantas e Aracy de Carvalho Tess, do corpo diplomático brasileiro na Hamburgo dos anos 1930. Há boas biografias dos dois, escritas respectivamente por Fábio Koifman e Mônica Schpun. A oposição de ambos os homenageados à bandidagem nazista era essencialmente cristã. Tendo que explicar suas interferências nos “assuntos alemães” a um indignado

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