RESUMO TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO IDEOLOGIA E CULTURA MODERNA, JOHN B. THOMPSON
O termo ideologia foi primeiramente usado pelo filósofo francês Destutt de Tracy, em 1796, para descrever seu projeto de uma nova ciência que estaria interessada na análise sistemática das ideias e sensações – na geração, combinação e consequências das mesmas. Propondo, literalmente, a Ciência das Ideias, sendo assim, pois, deveria ser “positiva, útil e suscetível de exatidão rigorosa”.
Através de uma análise cuidadosa das ideias e das sensações, a ideologia possibilitaria a compreensão da natureza humana e, desse modo, possibilitaria a reestruturação da ordem social e política de acordo com as necessidades e aspirações dos seres humanos. Colocaria assim, as ciências morais e políticas num fundamento firme e as preservaria do erro e do preconceito.
Durante o governo de Napoleão Bonaparte, de Tracy ocupava um cargo importante numa no Instituto Nacional que era, basicamente, uma instituição de ensino que substituiu as academias reais, abolidas por Robespierre. Destutt de Tracy e seus companheiros do Instituto Nacional estavam intimamente ligados ao republicanismo, o que acabou gerando a desconfiança de Bonaparte que, ao voltar derrotado da desastrosa campanha na Rússia, acusou os ideólogos de subverter o Estado e o poder da lei.
À medida que o termo “ideologia” caiu para arena política e foi jogado contra os filósofos por um imperador sob estado de sítio, o sentido e a conotação do termo começou a mudar. Deixou de se referir apenas à ciência das ideias e começou a se referir também às ideias mesmas, isto é, a um corpo de ideias que, supostamente, seria errôneo e estaria divorciado das realidades práticas da vida política. Com isso, a ideologia do mais alto respeito, gradualmente deu lugar a uma ideologia como ideias abstratas e ilusórias, digna, apenas, de ridicularizarão e desprezo.
Depois de Destutt de Tracy, a ideologia assume outras definições, consideradas no livro como tortuosas, passa a ser parte de uma tentativa de desenvolver