Resumo lingua, linguagem, linguistica
É notável a semelhança nas explicações em epigrafe sobre a origem do mundo: embora formuladas em épocas remotas, associam a palavra ao poder mágico de criar. O fascínio que a linguagem sempre exerceu sobre o homem vem desse poder que permite trocar experiências. A linguagem verbal é a matéria do pensamento e o veiculo da comunicação social. Não há sociedade sem comunicação. Tudo o que se produz como linguagem ocorre em sociedade e constitui uma realidade material que se relaciona com o que lhe é exterior. Como realidade material a linguagem é relativamente autônoma. A complexidade do fenômeno lingüístico vem há muito desafiando a compreensão dos estudiosos. Retraçaremos a história dessa busca para entender como o objeto de estudo foi aos poucos se delineando e assumindo as configurações que hoje nos estudo lingüísticos.
1. Uma breve historia do estudo da linguagem
O interesse pela linguagem é muito antigo. Foram razões religiosas que levaram os hindus a estudar sua língua, para que os textos sagrados não sofressem modificações. Mais tarde os gramáticos hindus dedicaram-se a descrever minuciosamente sua língua. Os gregos preocuparam-se em definiras relações entre o conceito e a palavra que o designa. Aristóteles desenvolveu estudos noutra direção, tentando proceder a uma analise precisa da estrutura lingüística. Varrão dedicou-se a gramática, esforçando-se por defini-la como ciência e como arte. Na Idade Média, os modistas consideraram que a estrutura gramatical das línguas é uma e universal. A religiosidade ativada pela Reforma provoca a tradução dos livros sagrados em numerosas línguas. Em 1660, a Grammaire generale ET raisonnee de Port Royal, ou Gramática de Port Royal, de Lancelot e Arnaud demonstra que a linguagem se funda na razão. O conhecimento de um numero maior de línguas vai provocar o interesse pelas línguas vivas. O pensamento lingüístico