Resumo: Bestializados ou Bilontras
O comportamento da população do Rio de Janeiro nos primeiros anos da república era questionável, Raul Pompéia afirmava que, o povo fluminense não existia. Faltava espírito de luta por parte dos trabalhadores, não existia a idéia de agir como um cidadão ativo, não só da classe operária como também da elite. Na ação política, os partidos operários e de outros setores da população, não duravam além da existência dos problemas que lhes tinha dado origem, ninguém se preocupava em comparecer às urnas para votar.
Em 1846, o americano Eubank ficou fascinado pelo peso que a religião ocupava na vida das pessoas. As festas religiosas eram famosas e tinham grande importância na vida da população, a festa da Penha mobilizou milhares de romeiros que organizavam imensos piqueniques que com o tempo foi evoluindo para grandes bebedeiras.
O inglês Charles Dent ficou perplexo ao presenciar o carnaval de 1884, sua impressão foi de que “todo mundo parecia ter pedido a cabeça”. O espírito associativo era manifestado nas sociedades religiosas e de auxílio mútuo. A dimensão e o número dessas sociedades são surpreendentes, cerca de 50% da população com mais de 21 anos, estava ligada a uma associação.
Ao longo do tempo houve uma mudança na natura das associações, foi grande a luta da liderança para transformar organizações de assistência e cooperação em “órgãos de luta”.
O jacobismo foi o movimento que mais se aproximou de uma ação política, porém era desorganizada, perdiam-se em contradições e tendia ao fanatismo. A revolta da vacina foi o movimento de massa popular desorganizado e fragmentado que apontava o que o estado não podia fazer ao invés de suas obrigações. Não se negava o estado, mas também não se reivindicava participação nas decisões governamentais.
Uma coluna no jornal em que as pessoas podiam reclamar do governo revela que a maioria das queixas eram feitas por trabalhadores que não se mostravam contra o estado.AS reclamações eram de