Resenha O que é uma língua? Imaginário, ciência e hipóstase Bagno, Marcos

1408 palavras 6 páginas
O que é uma língua? Imaginário, ciência e hipóstase Bagno, Marcos

Em seu livro intitulado “ O que é uma língua? Imaginário, ciência e hipóstase” do brilhante lingüista Marcos Bagno inicia com um questionamento: “ Existe um conceito claro de língua?” e o autor assegura que tal conceito não é uma tarefa muito simples definir. Em uma obra coletiva em que 18 linguistas foram entrevistados, houve várias definições para a palavra: “atividade; trabalho; meio de comunicação; multissistema governado por um dispositivo sociocognitivo; complexa realidade semiótica”; e por aí vai... São vários conceitos que ele descreve e deixa claro de que não há dúvidas de que a língua existe e que tem uma existência concreta e objetiva. Bagno diz que a língua é o “nada que é tudo “assim como Ulisses no poema de Fernando Pessoa ressaltou.
No segundo capítulo o autor argumenta sobre o processo mais conhecido pelo qual uma língua se transforma numa hipóstase é o que se chama em sociologia da linguagem de padronização ou normatização. Ele assevera que tal processo agarra a língua e a retira de sua vida privada, íntima, comunitária e a transforma em uma instituição, em um monumento cultural, em veículo de uma política nacional e que ao longo da história torna se uma política imperial.
Marcos Bagno critica o processo de hipostasiação em que a língua passa a ser identificada com modelos de regras, normas e deixa de ser um artifício sociocultural para se tornar a Língua, com artigo definido, inicial maiúscula como se assim fosse desde o início do mundo. O autor explica a invenção da disciplina “gramática” inventada por Homero e de outros autores gregos preocupados em separar a língua falada da escrita, do ruim ao belo. Houve assim, a supervalorização da escrita literária antiga e um total desprezo pela língua falada. De maneira sutil o autor não critica os gramáticos alexandrinos por incoerência, e explica que a ideologia

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