Resenha O Longo Século XX

ARRIGHI, Giovanni. O Longo Século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso tempo. UNESP, Rio de Janeiro, 1995.
Tatiane Menezes
As teorias a acerca do declínio da hegemonia estadunidense no Sistema Interestatal Capitalista, a partir de 1970, fomentaram o debate acadêmico sobre os determinismos, similaridades estruturais e a dinâmica da ascensão e queda de grandes potências, aplicadas à diferentes conjunturas históricas.
O ideário de desenvolvimento do capitalismo moderno desenvolvido por Arrighi é basilar à abordagem teórica e à interpretação da economia capitalista alicerçada em ciclos de acumulação. Na primeira parte do texto Arrighi define e exemplifica os conceitos de Hegemonia, Capitalismo e Territorialismo.
Para tal, escrutina-se as três hegemonias do capitalismo histórico a partir da competência de um Estado em exercer funções de governo e liderança intelectual e moral. Arrighi define, também, os conceitos de caos e de anarquia, sendo a Anarquia é uma ausência de governo mundial, mas não de leis, princípios e procedimentos que lhe conferem uma ordem, chamada de ordem anárquica; ao passo que o caos e o caos sistêmico referem-se a uma situação de falta total aparentemente irremediável de organização.
Posteriormente, o capitalismo é analisado como tendência à mobilização estatal afim de propiciar a ampliação do universo de atuação para suas empresas, favorecendo suas posições competitivas. Arrighi aborda, ainda, o territorialismo, propondo que os governantes capitalistas identificam o poder como a extensão de seu controle sobre os recursos escassos, e que os mesmos consideram as aquisições territorialistas um meio e um subproduto da acumulação de capital.
Nessa perspectiva de uma dialética entre territorialismo e capitalismo, são introduzidas as quatro características basilares do moderno sistema interestatal prefigurados no subsistema das cidades italianas, sendo elas o sistema capitalista de gestão de Estado e guerra, o equilíbrio do poder, o auto