Resenha "a janela da alma"
A Janela da Alma
Com uma temática universal, o documentário “Janela da Alma” vislumbra depoimentos de várias pessoas – brasileiros e extrangeiros, de diversos níveis intelectuais - com um ponto em comum: possuírem algum problema de visão. Desde o desfoque mais simples até a completa cegueira, como tal feito biológico influenciou e influencia a vida de cada um, os caminhos e decisões tomados, corriqueiros ou importantes.
O título do documentário remete aos dizeres de Da Vinci, que dizia que “Os olhos são a janela da alma” e é sobre essa afirmação que boa parte do documentário se pauta. Até onde a visão, perfeita ou não, determina o que somos ou o que trazemos para a nossa vida?
O diretor usa do artifício do foco e do desfoco das filmagens durante todo o documentário, personificando o expectador para a temática do filme, fazendo-o ficar ainda mais próximo daqueles que são entrevistados. Visão. Essa temática se torna uma discussão sobre como o que vemos é diluído por uma influência alheia. O olhar não se torna apenas uma ação mecânica, mas o artefato cognitivo que recebe a informação apresentada e a envolve por valores pré-concebidos. Apesar de poder ver, enxergar num sentido biológico, o homem está cada dia mais cego de fronte a suas próprias percepções sobre o mundo à sua volta. Eugen Bavcar, um dos entrevistados, é um veterano de guerra que trás consigo a cegueira como o souvenir do campo de batalha. Apesar de sua cegueira, encontrou-se profissionalmente como fotógrafo, tendo a fotograria como sua paixão. Assim como Ludwing Von Bethoven, que compunha suas sinfonias mesmo sendo praticamente surdo, Bavcar produz seus retratos artísticos sem poder vê-los. Apenas os sente, os “vê” através de outras janelas da alma. A conclusão que o fotógrafo chega é que a visão nos torna cegos. Tudo que consumimos visualmente já foi diluído de alguma maneira, seja por