Resenha "A balada do provisório"

Resenha sobre o filme “A balada do provisório”, de Felipe David Rodrigues

André Provisório é uma figura curiosa. Um pouco detetive, um pouco ladrão de discos, um pouco apaixonante, um pouco apaixonado. Muito nada. O filme se desenrola mostrando os passeios do personagem pelo Rio de Janeiro.
Uma visita à casa de um cliente, outra visita a uma ex-garota de programa, um encontro com um amigo casado e um passeio de carro no qual ele encontra Mariana, com quem dividirá a segunda parte do filme. Apenas a última cena dá em alguma coisa. As outras parecem mostrar a superficialidade tanto do filme quanto do personagem principal.
Todo em preto e branco, o filme passeia por diversos gêneros como o cinema noir, com um personagem de caráter duvidoso e uma moça que, apesar do rosto angelical, revela-se ácida em vários momentos; o cinema mudo, com a expressividade das personagens femininas, sobretudo quando se transformam em animais; e a comédia pastel, com algumas partes bastante estereotipadas, como a reação de Provisório ao poema lido por Mariana, a fuga dele ao conhecer o segurança do teatro ou o frenesi causado pela chegada de André ao podrão onde Mariana está com os amigos.
Após este encontro, Mariana parece interpretar uma jovem e doce menina que finge não estar tão a fim de Provisório antes de levá-lo para sua casa e com ele passar um fim de semana. No apartamento de Mariana vemos crescer a intimidade dos dois ao brincar e trocar confissões. A conexão entre os dois é tanta que, ao se aproximar o momento da despedida, André resolve convidar a moça para viajar com ele e conhecer a cidade onde moram seus pais.
Assim que eles chegam, encontram uma prima de André que se mostra rapidamente uma rival para Mariana. Mariana, esperta, ganha a confiança do pai do Provisório, e, numa cena bastante caricata, resolve pular de calcinha e sutiã na piscina, ato que é repreendido pela prima de André. Toda a tentativa de chamar a atenção de Mariana se torna vã quando ela percebe