Resenha: um discurso sobre as ciências

Boaventura de Sousa Santos nasceu em Coimbra, a 15 de novembro de 1940. Tem Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973). É professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguishef Legal Scholar da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison. Tem trabalhos publicados sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e diretos humanos. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em espanhol, inglês, italiano e alemão. O livro resenhado é composto por cinquenta e nove paginas e três capítulos, sendo que o último apresenta quatro subtítulos. Inicialmente, a obra resenhada trás a crise vivida pelas ciências em nosso tempo. Esse assunto será desenvolvido ao longo do livro, mostrando todo o curso da Ciência ao longo dos séculos, assim como o contexto histórico de cada época. Boaventura toma por base vários autores e suas teorias, buscando explicar o que acontecia e o que estaria por vim, demonstrando isso através de paradigmas. O paradigma dominante, diz respeito ao modelo de racionalidade que se constituiu a partir da revolução científica do século XVI e foi consolidado no século XIX, o mesmo apresenta duas vertentes. A primeira vertente admite a possibilidade dos fenômenos naturais serem compatíveis com os sociais, e a segunda reivindicava para as ciências sociais uma metodologia própria. Essa última serviu como indicio da crise desse paradigma, uma crise irreversível, que decorre da interatividade de uma série de condições teóricas e sociais e traz consigo o perfil do paradigma emergente. O paradigma emergente surge numa sociedade revolucionada pela ciência, dessa forma, além de ser um paradigma cientifico, é também um paradigma social, atendendo as necessidades da época. Este se apresenta através das seguintes teses: todo o conhecimento científico-natural é científico-social, todo o conhecimento é local e total, todo o conhecimento é auto-conhecimento, e todo o conhecimento