Resenha sobre o texto "nação e civilização nos trópicos: o instituto histórico e geográfico brasileiro e o projeto de uma história nacional”
Autor: Manuel Luis Salgado Guimarães.
Trata-se de artigo sobre o papel do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, criado em 1838, apontado como a gênese do estudo da História em nosso país.
Inicialmente, discorre o autor contextualizando a gênese do estudo da História em nosso país no cenário maior mundial. Segundo o autor, uma das características do estudo da História no século XIX foi a tentativa de dar-lhe caráter mais científico, assim como aprofundar a relação da História com os temas que permeavam o debate em torno da identidade nacional dos países.
Neste contexto, o modelo vigente então é o europeu, marcado ainda por forte influência do Iluminismo. Como características, podemos citar a tentativa de esclarecimento, inicialmente, daqueles que ocupam o topo da pirâmide social, que por sua vez irão se encarregar do esclarecimento ao resto da sociedade. No modelo europeu, os estudos tiveram como campo principal as universidades.
É neste contexto histórico que ocorre a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1838, no período de regência. Sua criação veio atender um projeto de pensar a História brasileira de forma sistematizada. Desde o início, houve a participação do governo, interessado este na possibilidade de utilização de um instituto que pudesse contribuir para a construção de uma idéia de Nação Brasileira com identidade própria no conjunto mais amplo das nações e que pudesse legitimar algumas das idéias que eram caras ao regime monárquico então vigente. Dentre estas, a idéia de que a nação brasileira, acima de tudo, se reconhece como uma continuação da colonização da ex-metrópole portuguesa. Negros e indígenas, embora reconhecidos como partes integrantes da nação, eram