Resenha sobre o documentário atlântico negro- na rota dos orixás.
Da Matta (1981) coloca que pode sim existir cultura, mesmo que uma sociedade seja extinta, mas não pode haver sociedade sem cultura. A cultura está internalizada nos indivíduos. Este processo aconteceu na chegada dos escravos africanos ao Brasil, mesmo não trazendo objetos que os aproximassem de suas tradições e costumes; mesmo os escravizadores acreditando que existia uma árvore que dando voltas em torno dela apagaria as lembranças de sua antiga sociedade, os escravos traziam tatuados em sua alma suas tradições, sua cultura, que foi construída, consolidada e internalizada a partir de um longo processo de civilização. Ao chegar ao Brasil, o que aconteceu foi uma adaptação e uma miscigenação destas crenças, costumes à realidade brasileira, visto que existiam aqui especificidades locais, culturas locais (indígena, européia), e os escravos que aqui chegavam buscavam manter viva sua cultura no novo cenário que se apresentava.
Sabemos que ainda hoje existe uma forte resistência às tradições africanas, consideradas por muitos, atividades demoníacas pecaminosas, principalmente quando falamos dos cultos e cerimônias religiosas. A sociedade brasileira infelizmente não amadureceu suficientemente ao ponto de perceber a riqueza da cultura africana e sua enorme contribuição a nossa cultura, e quem sem esta, não seria possível existir o ecletismo cultural vivenciados nos dias atuais.
Não gosto, nem freqüento nenhuma cerimônia de origem africana, mas respeito e percebo as contribuições destas para a nossa cultura. Sei que sem