Resenha Six Years

UFRGS | HISTÓRIA DA ARTE | ART02133 - Metodologia da Pesquisa em História da Arte | Prof. Paulo Silveira

Resenha comentada da obra “Six years: the dematerialization of the art object from 1966 to 1972”, de Lucy Lippard

Recentemente, em função de requisitos acadêmicos, entrei em contato com dois livros com propostas relativamente semelhantes em relação a dois períodos quase subseqüentes na História da Arte. O primeiro deles foi a obra de Serge Guilbaut, “How New York stole the Idea of Modern Art”, que constitui um panorama crítico através de fontes primárias das transformações sociais, políticas e culturais que levaram à “criação” de uma vanguarda americana, o chamado “expressionismo abstrato”. O segundo livro em questão é a obra de referência Six Years: The desmaterialization of the Art Object from 1966 to 1972, em que Lucy Lippard documenta uma cronologia desses anos cruciais para o estabelecimento da “Arte Conceitual” não só como um movimento isolado, mas como uma quebra de paradigmas definitiva na história artística recente. São notórias as semelhanças: ambos se valem de uma série de fontes primárias para vislumbrar o quadro artístico desses dois momentos artísticos relevantes, e são igualmente necessários para a compreensão aprofundada da arte desses períodos, e também partilham a chocante infelicidade de ainda não terem sido traduzidos para a língua portuguesa. No entanto, mais notórias ainda são as diferenças essenciais entre uma pesquisa e outra. Guilbaut procura descobrir toda as engrenagens por trás do processo artístico de um ponto de vista exterior aos eventos, e constituído “de fora para dentro” do universo da arte, dando prioridade, num primeiro momento, às transformações sociais e culturais que efetivaram o trabalho artístico em questão. “How New York...” é menos uma coleção de fontes do que um discurso embasado por elas. O objetivo de Lippard em “Six Years” se aproxima mais da coleção de referências e da compreensão das intenções dos