[Resenha] simonal – ninguém sabe o duro que dei

559 palavras 3 páginas
Ótimo filme, bem produzido, bem editado e com ótimo som, se empenha em resgatar diversos períodos da vida de Simonal: fala (pouco) da infância pobre, fala (muito, mas nunca suficiente) da ascensão meteórica e do auge popular, do julgamento midiático das acusações que sofreu e do ostracismo silencioso que se seguiu. Mais que tudo isso, mostra o talento de Simonal, por meio de imagens impressionantes, que mexem com o público acima dos 45 que o conheceu como fenômeno musical e também mexe com os que só agora ouvem falar do astro, que morreu em 2000, esquecido e alcoólatra. Cenas antológicas do duo com Sarah Vaughn e o solo poderoso de Sá Marina são entremeadas de registros históricos de participações na TV, além do grande show de abertura no Maracanãzinho para um show de Sérgio Mendes, um grande marco.
Em meio a depoimentos de nomes como Miéle, Pelé, Jaguar, Zirado, Barbara Heliodora, Ricardo Cravo Albin, Nelson Motta, Sérgio Cabrail, Paulo Moura, Toni Tornado, entre muitos, outros, senti a falta de depoimentos do público em geral, daqueles que anonimamente cantaram, em coros de milhares de vozes, as canções que Simonal comandava como um dos intérpretes mais carismáticos que já surgiram no país em todos, os tempos, em shows para mais de 30 mil pessoas, e também do depoimento daqueles que, politizados ou não, assistiram às consequências de sua prisão e que nunca foram entrevistados este tempo todo: uma massa enorme, eu sei, mas que poderia ter sido ouvida através de alguns depoimentos bem colhidos.
Mas há, felizmente e como pontos altos do filme, as falas comovidas e comoventes de seus filhos Max de Castro e Simoninha, e da segunda esposa, ela que acompanhou a fase do ostracismo, depoimentos do próprio astro — inclusive nos poucos momentos em que conseguiu espaço na mídia para fala. E há o depoimento emocionado do contador que fora torturado quase 35 anos atrás, sem o qual o filme se tornaria incompleto e até inconsequente.
Há, sim, e é necessária, uma reverência

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