Resenha Richard Graham
O texto de Richard Graham, visa tratar das diferentes vertentes historiográficas a respeito do surgimento do Brasil como uma nação e os motivos da não fragmentação do estado brasileiro.
Logo nas primeiras páginas o autor caracteriza o cenário da América espanhola durante as independências que ocorreram em todo seu vasto território. Alguns temas sobre os motivos da fragmentação do espaço hispano-americano são tratados, como a fragilidade do governo de José Bonaparte e a criação de autogovernos nos domínios espanhóis.
Entrando no caso brasileiro, Richard Graham cita alguns outros autores e expõe suas ideias. Um dos primeiros a ser lembrado é o historiador brasileiro, ligado ao IHGB, José Honório Rodrigues, que afirmava a existência de uma nação brasileira antes mesmo da independência. Graham diz que não apenas José Rodrigues pensava assim, mas também Oliveira Lima e Burns, ambos defendiam, assim como José Rodrigues, uma nação que precedia o estado. Outro ponto de concordância entre os três historiadores, se dá na fala que os brasileiros nutriam um sentimento hostil aos nascidos em Portugal. Então, com a proclamação da independência, criava-se um estado que já tinha uma nação forte e unida.
Mais a frente, Richard Graham aponta outros autores que pensam o inverso dos três já citados. Autores que defendem a existência do estado como motivo para o surgimento de um nacionalismo, ou seja, o estado precede a nação. Destacando Mario Góngora, Roderick Barman e Sérgio Buarque de Holanda. Alguns fatos apresentados para tal afirmação é que o Brasil na verdade não era uma unidade territorial, suas capitanias negociavam diretamente com Portugal e os maiores exemplos de insurreição, visavam na verdade a independência regional e não nacional. Graham cita também, um observador francês que afirma que o Brasil na verdade era a simples designação genérica das