Resenha Rafael Chambouleryon

2205 palavras 9 páginas
RESENHA

Chambouleyron, Rafael. Escravos do Atlântico Equatorial: Tráfico Negreiro do Estado do Maranhão e Pará (século XVII e início do século XVIII). Revista Brasileira de História. 2006.

Dênnys Roberto da C. Ribeiro*

O professor Rafael Chambouleyron em seu belíssimo artigo a construção de um tráfico negreiro no estado do Maranhão e do Pará e em seu riquíssimo estudo ele aborda três motivos que viabilizaram a abertura dessa rota que são a delicada situação da Fazenda real, o impacto das epidemias de bexiga (varíola) sobre os trabalhadores indígenas e pôr fim a experiência da Companhia de comércio do Maranhão de 1682 que era instituída de enviar escravos africanos ao Estado “em face de uma lei geral de liberdade indígena publicada em 1980 e cujo fim esteve determinado pela chamada ‘Revolta de Beckman’, em 1684-1685”. (Chambouleyron, p. 03). No capítulo “A peste entre estes gentios” Chambouleyron fala de como as epidemias dizimaram diversas comunidades indígenas e sobre o pensamento da época de como o Estado do Brasil crescia com a mão de obra escrava por que o estado do Maranhão não progrediria com essa mesma mão de obra? Então nada melhor do que em épocas de crise, como diz Chambouleyron “se recorresse ao tráfico de africanos como alternativa para a falta de trabalhadores indígenas”. Por volta de 1660 como contam alguns relatos as bexigas, como era chamada a varíola, dizimaram dezoito aldeias que ainda existiam na ilha de São Luís e em 1663 a Câmara de São Luís escreveu ao Rei pedindo que os ajudasse.
Em 1690 a epidemia foi muito pior e que a doença veio de um navio que trazia escravos africanos. Nessa parte Chambouleyron destaca que as doenças que assolavam o Estado do Maranhão também atingiam o Estado do Brasil e que isso demonstra como o tráfico negreiro foi importante para a transmissão de doenças. Com essas crises geradas pelas epidemias as autoridades régias do Maranhão começavam a

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