Resenha oncologia (câncer de boca e orofaringeo)

FERREIRA, Maria Angela Fernandes Et. al. Desigualdade Social no adoecimento e morte por câncer de boca e orofaríngeo no Município de São Paulo, Brasil: 1997 a 2008.

O referido artigo tem como objeto de estudo a incidência e mortalidade de indivíduos por câncer de boca e orofaríngeo na cidade de São Paulo; que demonstra uma grande lacuna no adoecimento e morte por essa patologia, sendo diretamente relacionada com a condição social do enfermo. Essa desigualdade pode ser explicada pelas diferenças socioeconômicas através de seu processo histórico de desenvolvimento. São Paulo começa a despontar na história econômica e territorial brasileira no momento em que se instala a era industrial, essa região já nasce moderna tanto pela produção e consumo, como também pelo meio ambiente construído. Essa característica transformadora que a cidade tem de se adequar a modernidade se constitui em uma das explicações para seu progresso. No entanto, essa modernização incompleta é muito seletiva, excluindo grande parcela populacional do usufruto dos produtos dessa riqueza. Atualmente, São Paulo é considerada uma “metrópole global”, um grande centro de decisões econômicas, está presente em todo território nacional graças a esses nexos geradores de fluxos de informações indispensáveis ao trabalho produtivo. Essa conjuntura econômica da capital paulista tem reflexos significativos na divisão do trabalho, que por sua vez, atua distribuindo pessoas no espaço. A esse processo denomina-se “geografização da sociedade”, afirma que a pobreza não é criada apenas por causas econômicas, mas também por causas geográficas. Um claro exemplo disso é o fato de São Paulo acomodar em seu espaço territorial 1.565 favelas, demonstrando alto grau de exclusão social, contrastes chocantes entre riqueza de uns poucos e pobreza de muitos nessa importante cidade brasileira. Os efeitos de tal desigualdade tem merecido destaque nas discussões dos estudos da área da saúde, a pobreza é a maior responsável