Resenha lolita

“Lolita, light of my life, fire of my loins. My sin, my soul. Lo-lee-ta: the tip of the tongue taking a trip of three steps down the palate to tap, at three, on the teeth. Lo. Lee. Ta. She was Lo, plain Lo, in the morning, standing four feet ten in one sock. She was Lola in slacks. She was Dolly at school. She was Dolores on the dotted line. But in my arms she was always Lolita.”
(Vladimir Nabokov)

Lolita é um romance escrito por Vladimir Nabokov em 1955 e que logo teve sua primeira adaptação para o cinema. Em 1962, 7 anos após o lançamento do livro, o diretor Stanley Kubrick adaptou o livro para as telas cinematográficas. Seu drama, protagonizado por James Mason, Shelley Winters e Sue Lyon, recebeu bastante sucesso por parte da crítica e conseguiu certa visibilidade por conta de seu tema polêmico e por ser uma adaptação do livro de sucesso de Nabokov.
A obra cinematográfica tem como trama o romance entre Humpert, um homem de meia-idade, e Lolita, uma ninfeta de 14 anos, diferentemente do livro, onde Lolita possui apenas 12 anos. A mudança não tão grande de idade fora feita para atenuar o choque da população ao ato de pedofilia. Como na década de 60 a censura era uma prática comum, Stanley Kubrick teve que usar vários de seus dotes para driblá-la em sua versão para o cinema. A carga erótica é extremamente minimalista, durante os 152 minutos de filme, não ocorre nem um beijo sequer entre os dois atores, porém isso não atrapalha em nada no entendimento do público, já que a relação dos dois fica no subentendimento. Mesmo sem cenas sexuais, o filme foi, para a época, bastante ousado. A cena onde Humpert (James Mason) pinta os pés de Lolita (Sue Lyon) é dona de uma das maiores cargas eróticas do filme, pois há quem diga que os pés carregam em si um grande erotismo e que são criadores de grandes fetiches masculinos.
Mesmo quem não conhece o trabalho de Kubrick pode perceber sua mão talentosa como diretor em diversas cenas. Um exemplo é a cena onde Humpert e Lolita