Resenha: gerentes e prática social

Considerando a intenção do artigo como a introdução do conceito de gestão como uma prática social (REED, 1989), o principal objetivo é destacar o quão importante tal prática é perante a compreensão de gestão e ação empresarial. Logo no início dos anos setenta, Henry Mintzberg através de sua obra The Nature of Managerial Work, tentou mudar um pouco o foco sobre definição de gestão e a consequente ação cotidiana dos gerentes, com uma redefinição completamente distinta da tão conhecida definição apresentada por Fayol no começo do século XX, representada por suas notórias funções administrativas – planejar, comandar, controlar, avaliar e organizar. Anos depois, MINTZBERG (1990) visando reafirmar e complementar sua tese, classificou as funções administrativas como “folclore” da gestão, pois contestava não só a dificuldade dos gerentes ao executarem suas atividades sistematizadas por meio de um planejamento, como também a tomada de decisões, que por muitas vezes não eram influenciadas por sistemas formalizados de informações. Mesmo que marcante e reconhecida sua contribuição para os estudos sobre gestão e ação gerencial, MINTZBERG (1973, 1990) deixou a desejar quando não discutiu a respeito de questões que talvez explicassem os vínculos das duas temáticas, impossibilitando uma compreensão mais profunda daquilo descrito por ele próprio sobre o vínculo do dia a dia gerencial e aspectos sociais de uma dada realidade.
Quando “Prática Social” se torna uma alternativa perante gestão, ações gerenciais e suas abordagens, de acordo com REED (1984, 1985, 1989), são identificadas três perspectivas de análises quanto aos estudos sociológicos sobre gestão nas últimas décadas: técnica, política e crítica. O conceito de prática social empregado por REED (1989), é tomado emprestado de HARRIS (1980, p.29) como sendo o engajamento num conjunto de “... ações inteligíveis através de conceitos que as informam, as quais devem ser entendidas como dirigidas a fins específicos compartilhados