Resenha filme o corpo
No desenrolar do filme a interação entre ciência arqueológica e fé é sempre óbvia, mas de certa forma cambiante. A primeira impressão apresentada é a de uma arqueologia neutra e que possui os meios de se chegar à verdade. A arqueóloga Sharon afirma em seu primeiro encontro com o padre Gutierrez “[...] os meus fatos vão colidir com as suas convicções religiosas. Não se esqueça disso.” Mas mais do que uma avareza científica, é possivel perceber ao levar em conta a personalidade desta personagem, que aqui está o receio, o medo que ela tem, assim como muitos de nós, de deixar que religião e ciência debatam um mesmo tema.
“Isto diz mais respeito à religião que qualquer outra coisa e a Sra. sabe disto, especialmente aqui em Jerusalém. E sugere que lancemos a ciência, a religião e a política para a confusão. Uma confusão de consequências imprevisíveis. Não trabalho assim.”[2]
Ao apresentar sua opinião, o padre Gutierrez traz uma visão da arqueologia que contrasta com a de Sharon, ele a mostra inegavelmente envolvida com questões que não são apenas relativas à ciência, mas que abordam diretamente a vida e a conduta das pessoas legitimando, ou não, suas relações.