Resenha ensino da gramática. opressão? liberdade?

Ensino da gramática: opressão?, liberdade? (São Paulo: Ática, 2006, 77 páginas), do renomado gramático Evanildo Bechara, é dividido em sete capítulos, incluindo uma bibliografia comentada, subdivididos em tópicos. É muito opinativo e contém muitos pensamentos de linguistas e gramáticos estrangeiros reconhecidos por seus estudos. Inicia-se uma introdução com o capítulo intitulado “A escola e a chamada crise do idioma”, onde o autor apresenta três ordens que, na opinião dele, que fazem com que a escola esteja entrando em crise em relação ao idioma. A primeira é na ordem institucional, referindo-se ao privilegiamento do coloquial, da língua não-culta e do popular vindo da própria sociedade, acontecimento que se continuar desta maneira pode criar uma distância entre as formas de falar como se fossem diferentes dialetos. A segunda ordem é uma crise na universidade devido às inúmeras ramificações dentro da linguística sem que haja um acordo entre elas. Por fim, a terceira crise é na escola, onde não dão a devida atenção a todos os tipos de gramática e desprezam a gramática normativa. Três motivos bem apontados e coerentes do meu ponto de vista. Segue-se, então, o segundo capítulo do livro: “Linguagem e educação linguística”, onde, ao longo de seus subtítulos, o autor faz críticas às inovações do ensino da língua, que ele considera ineficazes e “perturbadoras”. No primeiro tópico deste capítulo, “ 'Tradicionalismo' e mudança”, Bechara mostra como a educação linguística, termo muito antigo, se modificou com o tempo,sendo, hoje, um campo de pesquisa promissor. Neste ponto, ele concorda com Raffaele Simone, professor italiano, e diz que a linguagem não deve apenas ser uma matéria a ser ensinada na escola, mas é essencial ao desenvolvimento de cada cidadão. Então, começa a criticar as inovações que foram feitas no ensino da linguagem na escola, que ele classifica como “perturbadoras”, e faz um apontamento sobre o privilegiamento da língua oral em relação à escrita e