Resenha dos textos: “o manifesto antropófago” oswald de andrade e “exu come de tudo e ganha o privilégio de comer primeiro” do livro mitologia dos orixás (reginaldo prandi)

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Resenha dos textos:
“O Manifesto Antropófago” Oswald de Andrade e “Exu come de tudo e ganha o privilégio de comer primeiro” do livro Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi)

Percebi a antropofagia a qual Oswald de Andrade se refere no manifesto antropófago como sendo sobre a necessidade de nos alimentarmos das múltiplas culturas e histórias, a busca de uma identidade, a insaciável fome do saber, as diversas formas de saber; a palavra antropofagia no dicionário significa ato ou hábito de comer carne humana, ou seja, o canibalismo, característico de algumas tribos indígenas, mas no manifesto antropófago esse ato ou hábito de comer não tem a carne humana como alimento e sim a cultura, a diversidade, e essa antropofagia e a “digestão” de tudo o que absorvemos fazendo parte da busca por uma identidade, para desvendar, desvelar o mistério, aquilo que ainda não conhecemos é aquilo pelo qual sentimos interesse, a pergunta é “o que queremos”. Não queremos ser catequizados, nunca o fomos, os resquícios de múltiplas culturas subsistem em nós como demonstra a frase “tupi, or not tupi”.
O texto possui diversos personagens ou mitos culturais -Padre Vieira, Anchieta, Goethe, a Mãe dos Gracos, a corte de D.João VI, João Ramalho- e a esses personagens opõem-se os símbolos míticos -cobra grande, sol, Jacy, Guaracy, jaboti, entre outros-, os símbolos míticos devorariam os mitos culturais a fim de transformar o tabu em totem.
Oswald de Andrade refere-se a Freud em alguns momentos do texto, um exemplo disto seria ao tratar de tabu e totem.
Em Manifesto Antropófago, transformar o tabu em totem seria livrar-nos do recalque histórico através dessa antropofagia e realizar nossa rebelião individual em busca dessa identidade sem fronteiras, sem tabu. Essa rebelião individual seria útil a uma revolução coletiva, revolução caraíba, a maior das revoluções, aquela que nos devolveria o impulso originário, primitivo, a liberdade, um “canibalismo” de nós mesmos. A antropofagia seria isso, a

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