Resenha do texto “Cultura e política: os anos 1960-1970 e sua herança” de Marcelo Ridenti.
Thiago Sete – 2HX
Marcelo Ridenti, professor da Unicamp traz em seu texto uma análise do cenário cultural e político dos anos 1960 e 70, época do que será chamado de romantismo revolucionário. Nomenclatura formulada por Michael Löwy e Robert Sayre (1995), é tida para explicar o grandioso processo de revolução economia, cultural, pessoal, e em outros setores, que buscava questionar e rebelar-se contra a ordem em busca de uma ruptura drástica com o presente momento.
O contexto era o da guerra fria e a bipartição do mundo nos dois blocos econômicos, ao Brasil, assim como alguns países de terceiro mundo, uma alternativa libertadora mostrava-se passível de esperança. No país a esquerda utilizava-se de uma quebra com o processo acelerado de urbanização e modernização da sociedade vigente, e apoiava seus pensamentos em um homem ideal, tido agrário, vivente no “coração do Brasil”, não contaminado pela modernidade urbana capitalista. Essa era uma forma de busca de método alternativo de modernização, sem aproximar-se do consumismo e materialismo da época.
Outro projeto que engajava a esquerda era uma nova formulação, condizente com seus ideais, da mistura do branco, do negro e do índio na constituição da brasilidade. Esse era um rompimento ainda maior, pois trazia à luz o questionamento da ordem social existente. Recolocava-se o problema da identidade nacional, explorando suas raízes, no que veio a ser chamado romantismo revolucionário brasileiro do período.
Esse processo de revisão das raízes brasileiras já vinha sendo trabalhado pelos modernistas de 1922, em suas diversas escolas. Havia todo um cenário internacional que estimulava essa busca. Os regimes fascistas, não há muito tempo, haviam subido ao poder com bandeiras nacionalistas, ufanistas, mostrando a potência desse caráter na política. Já em meados do século XX vigora o romantismo revolucionário da época, que