Resenha do texto cinema brasileiro 1995-2005 ensaios sobre uma década
Durante esses 10 anos, a cinematografia brasileira passou por um período incomum, quando não construiu uma identidade sólida. Era simplesmente um “conjunto caótico de formas e enredos”.
“ Não promoveu a circulação de obras, mas aumentou a variedade de formas. Revelou novos talentos, mas não teve qualquer objetivo agregador que oferecesse caminhos comuns a uma nova geração. Não delineou movimentos estéticos – ao menos não nos moldes que permitiriam uma condensação histórico-crítica -, mas vestiu a máscara ideológica de ‘retomada’”.
Foi chamada de retomada devido aos anos de quase paralização da produção cinematográfica nacional, devido a falta de verba, que voltou depois de Carlota Joaquuina e das leis de incentivo. Uma transformação decisiva.
As produções desse período foram feitas, em sua grande maioria, por meio das leis de incentivo governamentais. Os realizadores tinham sua liberdade de criação garantida e os cineastas estreantes tiveram a possibilidade de realizar seus primeiros longas.
A inflação dos gastos invariavelmente acabou por atrapalhar também as produções cinematográficas, por falta principalmente de uma boa estrutura de distribuição, que ajudaria com a recuperação dos gastos e assim na reestruturação da área. A distribuição ainda hoje é um problema, no passado era mais que um problema, era um empecilho para o crescimento do cinema brasileiro.
Assim, surgiu o que seria chamado por alguns especialistas de “esmola pública”, que ajudaria na manutenção da produção nacional, porém faria que com nascesse um cinema ainda mais industrial, influenciado pela proveniência desses valores por eles recebidos. Surgiu depois uma exceção a essa regra do cinema comercial que a necessidade de financiamento fez surgir, porém seria com a aproximação de ídolos de grande massa dentro do cenário e a Globo Filmes, que apesar de angariar um público que procurava esses ídolos,