Resenha do livro “Minha Razão de Viver”, autobiografia de Samuel Wainer com organização e edição de Augusto Nunes (2005)

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Resenha do livro “Minha Razão de Viver”, autobiografia de Samuel Wainer com organização e edição de Augusto Nunes (2005)

Defendido por seus organizadores como a primeira autobiografia a fugir à heroicização do biografado, comumente concretizada através de meias verdades e meias mentiras, “Minha Razão de Viver” narra com declarada sinceridade os fatos que fizeram de Samuel Wainer o homem e jornalista que foi. Assim como na leitura de “Chatô, o Rei do Brasil”, acompanhamos a trajetória de um homem no percurso da História do Brasil, sob a ótica da política e do desenvolvimento da imprensa brasileira. Homem simples que encontrou o poder por competência e uma parcela de sorte e acaso, teve o privilégio de vivenciar muitos fatos que traçaram a História do Brasil e do mundo, como o pós-2ª Guerra Mundial, os conflitos que envolveram a criação do estado de Israel, questões como a nacionalização do petróleo, toda a campanha e governo de Getúlio Vargas a partir de 1950, a construção de Brasília, entre outros. Após construir sua carreira como repórter em importantes jornais como os “Diários Associados” de Assis Chateaubriand, e com a criação e desenvolvimento da revista “Diretrizes”, que envolveu um seleto grupo de intelectuais brasileiros, sua proximidade com o ex-presidente populista foi fundamental para consolidar sua carreira jornalística. O apoio incondicional ao getulismo garantiu o sucesso de seu maior empreendimento, o jornal “Última Hora”, fundado no Rio de Janeiro, logo se expandindo para São Paulo. Getúlio Vargas, que sofria com o desprezo da grande imprensa quando se reergueu no poder em 1950, contou com o apoio de Samuel Wainer através do primeiro jornal dedicado às massas no Rio de Janeiro. Repleto de inovações gráficas e de conteúdo, o jornal teve uma impressionante repercussão, provocando a ira de seus oponentes, que moveram um forte processo para derrubá-lo. O jornal e o seu criador resistiram à pressão até o período da ditadura militar, quando o

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