Resenha do Livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freire

Resenha do texto “O significado de cultura de Gilberto Freyre em Casa-grande & senzala”. De Jorge Luiz Passos e Valeria Costa e Silva. O texto trata-se de uma análise crítica da obra de Gilberto Freyre “Casa Grande e Senzala”. O 3º capítulo extraído do livro, em cima do qual a resenha é desenvolvida é dividido em 5 subtítulos: Raça e cultura; As hipóteses de Freyre; As críticas de Freyre; A lógica da cultura; Gilberto Freyre hoje. Gilberto Freyre foi um dos mais influentes sociólogos brasileiros da primeira metade do século XX, fato que foi representado pela sua obra prima, Casa-grande e senzala (1933). A obra traz em seu conteúdo a história social da família patriarcal brasileira e procura definir o conceito perene cultural da sociedade em questão. O entendimento tradicional de cultura como a totalidade dos produtos materiais e simbólicos da interação humana perdeu seu sentido entre os cientistas sociais, tal que não se é possível definir a cultura de um povo ou nação pelo significado que procura-se no dicionário, mas sim pelo conjunto de singularidades de um povo como objetos, símbolos, valores e crenças. O que Gilberto Freyre propõe na sua obra se parece menos com uma teoria da identidade nacional ou cultural brasileira e mais uma reflexão sobre as origens e o desenvolvimento da família patriarcal no Brasil e suas implicações na formação social brasileira. Outro conceito que Freyre aborda é a miscigenação de raças, respaldado pelo antropólogo alemão Franz Boás, que defendia que a definição de raça não era somente inferida ou determinada pela descrição de traços biofísicos de um indivíduo, quanto, uma vez conhecidos esses traços não poderiam responder por si próprio pela identidade antropológica desse mesmo indivíduo. Para ele o indivíduo representa o grupo quando age de acordo com conhecimentos e crenças partilhado com integrantes do mesmo grupo. Ao longo de toda sua análise sobre hibridização, Freyre articula dimensões históricas,