Resenha do livro Capitães da Areia

Resenha Capitães da Areia:

O livro em questão se trata de um romance escrito por Jorge Amado publicado em 1937, onde é retratada a realidade e o dia-a-dia de crianças e adolescentes que vivem nas ruas da Bahia, os famosos Capitães da Areia que vivem do furto, golpes e que tem a violência permeando suas vivências o tempo todo. O autor inicia sua narrativa a partir de uma notícia no jornal da cidade acerca das crianças ladronas, seguida por diversas cartas à redação onde podemos ler falas do chefe de polícia, do juiz de menores, de uma mãe, do padre José Pedro, e por fim do diretor do reformatório para onde os meninos iam ao invés da cadeia. A partir das falas e dos locais de publicação que ocupam o autor mostra a visão tendenciosa da mídia em questão, já que a fala do chefe de polícia ocupa a primeira página enquanto a do padre e da mãe, costureira, é publicada em um lugar de pouco destaque, relevância e sem comentários. As falas dos servidores públicos vão em direção a uma visão de controle social e higienista, além do caráter caritativo e meritocrático onde mesmo sem estes merecerem, eles ainda fazem o favor de oferecer “um ambiente onde se respiram paz e trabalho e onde são tratados com o maior carinho” segundo a fala do diretor em relação ao reformatório que contrasta a fala do padre José Pedro que diz: “há de ver que comida eles comem, o trabalho escravo que têm, que nem um homem forte aguenta, e as surras que tomam...”.
“O que se faz necessário é uma urgente providência da policia e do juizado de menores no sentido da extinção desse bando e para que recolham esses precoces criminosos, que já não deixam a cidade dormir em paz o seu sono tão merecido, aos Institutos de reforma de crianças ou às prisões (pg.10).”
Tal visão caritativa ainda se encontra presente em muitos profissionais dos serviços públicos, onde não enxergam seu trabalho como um direito do indivíduo, mas sim como uma boa vontade própria, por isso quando um “não faz por merecer” isso me