Resenha do filme - O que é isso, companheiro
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O que é isso, companheiro? de Bruno Barreto, Rio de Janeiro (1997). A obra fílmica de Bruno Barreto traz um enredo do regime ditatorial. Na época em que se passa o filme, a censura era o que maquiava os golpes do governo e tudo que acontecia com os que iam contra a vontade dos que governavam. Muitos eram os que se rendiam, mas havia também os poucos que aceitavam sofrer as repressões de quem lutava por um país com liberdade de expressão e democracia. O filme foi produzido em cima de um fato marcante da História, o sequestro do Embaixador dos EUA, no Rio de Janeiro em 1969. O sequestro foi realizado por um grupo revolucionário (MR8) e tinha como objetivo romper a censura para facilitar a queda do regime governamental da época. Apesar de não obter sucesso, anos depois, a ditadura militar findou-se. Para os que assistem nos dias de hoje, o filme tem culminância em relatar a história, já para os olhares mais críticos, o filme retrata a realidade de nossos dias; uma ditadura moderna. A liberdade de expressão é filtrada e a censura mais uma vez está contra a massa social, mas apesar disso, assim como na época da ditadura, o povo está despertando e tentando romper com todo esse sistema opressor. Observando todo o contexto do enredo fílmico, logo se pode compará-lo com a música “Roda Viva”, do grande cantor e compositor Chico Buarque, que, através de uma metáfora, compara o governo com uma roda viva, que passa por cima do que for contra ele. “A gente quer ter voz ativa; No nosso destino mandar; Mas eis que chega a roda viva; E carrega o destino pra lá...” Nestes pequenos versos está a mais pura e clara verdade, tanto dos dias passados quanto dos dias da nossa moderna realidade. Ao analisar a obra, podemos ter mais de um ponto de vista e, deles, o que mais se destaca é que mesmo com o passar dos anos o regime ditatorial não foi totalmente derrubado e sim, melhor disfarçado.